Sem itens de higiene pessoal durante o confinamento de sobrevivência do No Limite 6 (Globo), os integrantes da Tribo Sol passaram a utilizar borra de café como desodorante e esfoliante facial. No entanto, esta prática inusitada pode colocar a saúde da pele dos exploradores em risco e até provocar manchas.
"A borra de café ou o café triturado não devem ser utilizados como esfoliante facial ou desodorantes, já que podem causar abrasão exagerada da pele com possível formação de fissuras, dermatites e, consequentemente, o aparecimento de manchas", alerta a dermatologista Lyvia Salem ao Notícias da TV.
De acordo com a profissional da Clínica Adriana Vilarinho, os participantes do reality show da Globo poderiam utilizar plantas da região Nordeste para tentarem manter a higiene em dia. "Uma delas é o mandacaru, um tipo de cacto do sertão nordestino com propriedades hidratantes", pontua.
Se usado de forma adequada, o café torna-se um aliado dos tratamentos dermatológicos. "O óleo do café é extraído das sementes do café arábico. Este óleo, quando prensado a frio, demonstrou em experimentos de laboratório aumentar significativamente a produção de colágeno e elastina pela pele. Outros estudos investigam o potencial protetor da ingestão do café na prevenção do câncer de pele. Portanto, existem benefícios para a dermatologia", destaca Lyvia.
Contudo, não existem estudos que demonstrem ação antitranspirante do café ou de seus derivados. O uso como esfoliante é perigoso pelo risco de microtraumas na pele, dermatites e infecções. Vale ressaltar que a indústria consegue extrair as quantidades adequadas, processar e estabilizar os ativos botânicos para que eles possam, de fato, ter utilidade cosmética e médica. Isso não acontece quando usamos os ingredientes da forma que são encontrados na natureza.
No episódio da última terça (10), o reality show mostrou a rotina de cuidados da pele dos integrantes da equipe amarela. "Estamos usando a borra de café nas axilas. A gente está se virando da forma que pode para ficar, minimamente, agradável do lado do outro", justificou a fotógrafa Ninha Santiago na ocasião.
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