Ao entrar na casa de Gabi Martins, 23 anos, que está no Camarote no BBB20, três esculturas de leoas decoram uma das mesas. Quem dá as boas-vindas são a irmã mais velha, Carol, e a mãe, Maira, enquanto Gabi corre até o quarto com a preocupação de se arrumar: "Meu Deus, já? Calma aí!", com a preocupação de terminar de se arrumar. Em poucos minutos ela chega, com os olhos verdes atentos e o jeito afobado de quem está prestes a viver uma novidade.
“BBB20, me aguarde!”
Mas antes, uma tarefa une as três mulheres: a hora de arrumar as malas. Sobre a cama do quarto dos pais, muitas e muitas peças de roupas que Gabi quer usar na casa. A mãe, que ajudou a separar tudo, não consegue decidir o que a filha deve levar - “coloca mais essa roupa de frio”, “é bom levar uma legging”, “só mais essas blusas aqui, tem espaço?” – e cabe à irmã mais velha dar um norte, ainda que cheia de cuidado, sobre o que vai e o que fica: “Já tem bastante pijama. Vamos colocar só esses e, se couber mais, os outros entram”.
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Ali, é possível entender a dinâmica da família. Uma mistura do jeito doce de Gabi - que sempre pede os conselhos das outras duas -, da racionalidade de Carol - três anos mais velha e fazendo residência em Radiologia – e dos cuidados da mãe - acostumada a tomar todas as precauções para proteger as filhas.
Do pai, que estava trabalhando e não pode participar da despedida, a mineira herdou um amor: a música. Ele, que canta ópera por hobby, fez a filha se apaixonar pelas notas musicais desde cedo.
“Além de ópera, ele também cantava muito modão na fazenda. Eu comecei no canto lírico, até que decidi que queria ir para música brasileira. Quando surgiu o recurso de vídeo no Instagram, decidi ser uma das primeiras a postar cantando e aí começou a repercutir”.
Para seguir o sonho com entrega total, a mineira - que já compôs mais de 40 músicas e, além das redes sociais, também canta em barzinhos e boates desde os 16 - tomou uma atitude drástica e largou a faculdade de odontologia em uma cena que parece de filme: “Cheguei na sala de aula para fazer uma prova, mas peguei minhas coisas e saí correndo. Fiz sinal para o ônibus e, quando entrei, vi que deixei um caderno e os óculos no banquinho. Olhei para o motorista e disse: ‘toca para frente que eu não quero voltar’. Foi uma libertação”.
A partir do trabalho como cantora, ela conquistou 1,1 milhão de seguidores, número que foi crescendo a cada cover repostado por nomes de peso da música brasileira como Luan Santana, Wesley Safadão, Lucas Lucco e Gusttavo Lima: “Veio um tanto de seguidor e eu decidi que ia mostrar meu trabalho ali”. Além das interpretações de sertanejos já famosos e do sucesso da música “Neném”, com mais de 18 milhões de plays e que a levou ao palco do SóTocaTop, Gabi deixa em um quadro no quarto algumas frases e palavras que servem de ideias para suas composições: “eles que lutem”, “cremosa” e “crush para cada ocasião”.
O grande sonho é fazer shows lotados de um público que cante e se encontre nas suas letras: “Na hora em que eu canto algo que passei e vejo outras pessoas se identificando não tem preço. Eu penso que foi para isso que nasci”. As músicas, aliás, funcionam quase como um diário, sem medo da exposição.
“Eu sou muito verdadeira nas minhas letras... a pessoa que escutar vai saber que foi feita para ela. Eu acho é bom, quem mandou me largar, sumir? Eu dou o troco! Quanto mais corna você é, mais isso rende para você”.
O jeito divertido de falar das próprias desilusões amorosas rende boas risadas e muitos likes nos posts de seus “momentos de vela” entre os amigos. Afinal, quem vive cantando na noite acaba tendo menos tempo para conhecer gente nova, né?
“Nem tanto... É aquela coisa: ‘solteira sim, sozinha nunca’”.
No BBB20, aliás, ela diz que pode se apaixonar:
“Eu sou uma pessoa que me jogo. Se eu simpatizar com alguém, vou deixar rolar”.
A partir de terça-feira, 21/1, ela irá descobrir se viverá um novo amor, se saberá lidar com os momentos de aperto no jogo e, principalmente, se conseguirá aguentar a saudade de casa: “Nós três somos muito ligadas. O máximo que minha mãe já ficou longe de mim foi por 15 dias”. Mas por hora, as atenções se voltam ao abraço de até logo nas mulheres de sua vida, que só teve o choro interrompido quando a mãe lembrou de algo importante: “Espera, Gabi. Leva uma blusa de frio para o avião”.
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