“A gente vai mudar de vida. Vou dar uma vida boa para vocês”, promete a sister, aos prantos.
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Moradora de Bom Jesus - cidade localizada a 635 quilômetros da capital Teresina - a engenheira agrônoma aprendeu muito cedo que a vida pode não ser nada fácil. O investimento dos pais em sua educação a salvou de uma vida dura no sertão:
“Eles sempre nos deram força para estudar. Mesmo sendo moradores de um lugar pequeno, sempre fizeram questão que a gente pudesse ter acesso a uma educação de qualidade”.
Natural de Nazaré do Piauí, a sister morava em uma região sem energia elétrica e água encanada. “A luz chegou quando eu tinha 5 anos. O meu primeiro banho de chuveiro foi aos 6 anos. Foi uma infância sofrida, mas feliz”, garante.
Aos 14 anos, saiu de casa com o irmão após ganhar uma bolsa de estudos em um colégio particular na cidade vizinha. Primeiro, morou em uma espécie de república com vários adolescentes. Não se adaptou. Depois, foi morar com um casal de amigos de sua mãe, onde ficou até se formar. “Não foi fácil ficar longe de casa”, conta. Tanto esforço tinha um motivo: o sonho de cursar Medicina. “Tentei o vestibular, mas não consegui”.
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Frustrada, acabou seguindo o conselho de um amigo de seu pai para investir na carreira de Engenharia Agronômica: “Ele me mostrou tudo sobre a profissão pelo computador e disse que conseguiria me arrumar um emprego em Goiás”. Não precisou. Aprovada pela Universidade Federal do Piauí, mudou-se para Bom Jesus para cursar a faculdade – contra a vontade de sua mãe - e conseguiu um emprego uma semana antes de se formar. “Demorei a me adaptar. Pensei em desistir várias vezes”, lembra.
Formada há quase 2 anos, sua luta passou a ser outra: única mulher na equipe da empresa onde atua como vendedora de agroquímicos. “O ramo é muito masculino. Eles imaginam que mulher não dá conta de trabalhar na lavoura.” Decepcionada com a profissão, Elana pretende “aposentar” o ramo quando encerrar sua participação no BBB19.
“Quando vou para a lavoura, uso calça, camisa larga, boné e nada de maquiagem. Só filtro solar. Essa não sou eu. Quero poder me arrumar para o trabalho, quero cuidar das pessoas”, explica a sister, que sonha em se tornar Dermatologista.
Apesar da trajetória de superação, seu cartão de visitas é a alegria. Solteira, ama dançar funk até o chão, bebe socialmente e promete viver todas a experiências que puder na casa mais vigiada do Brasil. “Meus pais vão ficar decepcionados se eu me envolver com alguém na casa, mas avisei que não posso garantir nada”, conta. Se ela está preparada para encarar esse novo desafio?
“Claro! Esse é o maior sonho que eu poderia viver. Eu, que nunca entrei em um cinema, vou estar na televisão. Do lugar de onde eu venho, isso é quase um milagre!”
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