No caminho para casa, que fica bem no alto da comunidade, ele conta empolgado:
“Na verdade, não sou só o primeiro da minha família a entrar em uma faculdade, mas também fui o primeiro a terminar o Ensino Médio”.
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Diz ainda que se dedicou mais quando repetiu o sexto ano.
“Passei a ser elogiado pelos professores e gostei da sensação de dar orgulho aos meus pais.”
Mas a motivação inicial não foi bem essa: “Quando repeti o sexto ano, minha mãe me colocou de castigo e me deixou um verão inteiro sem soltar pipa. Foi um sofrimento!”
De lá pra cá as coisas mudaram e Danrley dá os créditos aos professores que o ajudaram. “Quando eu entrei no Pedro II (colégio do Rio de Janeiro), não tinha dinheiro pra comprar os livros e teve um professor que fez uma vaquinha pra comprar o material pra mim. Até o computador que uso pra estudar hoje é emprestado”, revela. O participante mais jovem do BBB19 quer ser professor, mas já dá aulas particulares na zona sul do Rio.
“Com as aulas consigo ganhar uns 450 reais por mês. Com os picolés, se a praia estiver cheia e eu vender tudo, são mais 150 reais. A gente rala muito, mas eu gosto”, diz.
Na sala da casa onde vive com os pais, Everaldo e Maria de Lurdes, tem um quadro que revela mais um talento do filho: a corrida. Danrley é integrante da equipe de atletismo da Rocinha e coleciona medalhas de inúmeras corridas no Rio. “Criar os filhos em uma comunidade não é fácil, mas ele sempre foi da escola para algum curso ou esporte”, lembra a mãe. Milena, a irmã mais velha, se derrete emocionada:
“Ele é a luz da família. É ele quem vai tirar a minha mãe daqui”.
Sobre a ida do irmão para o BBB, ela é direta: “Acho uma loucura! Tenho muito medo, porque acho o meu irmão ingênuo. Ele está começando a viver agora”. “Sou da paz, não vou brigar com ninguém, mas sou competitivo”, discorda Danrley.
No jogo do confinamento ele acha que será do tipo mocinho. “Sou o cara do ‘deixa disso’”, garante, descrevendo o tipo de pessoa que não o agrada: “Não gosto de quem fica falando mal por trás, tentando fazer tudo para prejudicar o outro lá dentro”. Ele garante que o foco é o prêmio:
“É minha chance de dar uma aposentadoria melhor para minha mãe. É muito dinheiro para mim, mas não quero viver com ostentação”.
Antes de sair, o jovem se despede com um abraço apertado dos pais – de quem nunca ficou mais do que uma semana longe – e faz um pedido: “Fiquem bem!”.
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