Ele escolheu um jogo arriscado: diante da não-identificação com os grupos formados na casa, decidiu seguir sozinho no reality. A estratégia, Victor Hugo admite, não teve o resultado esperado: com 85,22% dos votos de um paredão contra Babu Santana e Manu Gavassi, o participante foi eliminado na sétima semana do ‘Big Brother Brasil’. “Eu tenho consciência de que a minha estratégia não deu certo, mas eu me senti muito melhor assim do que simplesmente entrando em grupos com os quais eu não concordava só para prolongar a minha permanência no jogo”, explica. Se faria algo diferente? “Talvez eu fosse mais barraqueiro. Acho que eu fui muito pacífico (risos)”, responde, revelando seu jeito bem-humorado de levar a vida.
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A seguir, mais sobre a experiência do ex-brother – e fã de BBB – no confinamento.
Você sempre acompanhou o ‘Big Brother Brasil’. Estar lá, agora como participante, foi muito diferente do que você costumava ver na tela?
É completamente diferente assistir e participar do ‘Big Brother Brasil’. Eu achava que sabia o que era esse programa, mas é impossível saber. Lá, coisas simples te tiram muito fácil do eixo e coisas complexas nem sempre. É muito louco. Por exemplo, para mim, ir ao paredão foi muito mais simples do que ir para a Xepa. Antes de entrar na casa, eu nunca pensei que estar no Vip ou na Xepa pudesse influenciar tanto no relacionamento com os outros confinados. Essa, para mim, foi a maior surpresa. Já o paredão eu tirei de letra porque sabia que teria um VT especial mostrando o que eu fiz no programa (risos).
O que você mais aproveitou no reality?
Eu me agarrei às possibilidades de ganhar prêmios menores a que a gente concorre lá dentro em provas e ações especiais. Como eram 20 pessoas e a chance de chegar à final dependeria muito do desenrolar do jogo e não dava para saber como isso repercutiria aqui fora, eu queria vencer o máximo de provas possíveis para colher esses outros frutos. E eu consegui!
Você foi indicado a três paredões, escapou de um na prova “Bate e volta” e enfrentou os outros dois. No segundo, acabou eliminado. O que acha que deu errado dessa vez?
Na primeira vez, o que me fez ficar foi ter ido ao paredão com o Lucas, e ele ia sair de qualquer forma, na minha opinião. Dessa vez, eu estava com medo de ir para o paredão com a Manu porque, para mim, ela era a favorita. Cheguei a essa conclusão na primeira vez que encontrei com ela, quando vi que ela tinha um jeito muito diferente de lidar com o programa. Pensei que, para quem é fã do programa, poderia soar como um deboche, mas quem é fã de Manu Gavassi seria louco por isso. E, no final, eu acabei indo ao paredão com ela e saindo.
Você falou bastante sobre ter sido injustiçado. Quais foram as injustiças contra você na casa?
A Flayslane mentiu que eu estaria tentando influenciar as pessoas. Depois, no quarto, ela disse para a Manu que não era verdade e a Manu falou: “Mas eu já pedi a cabeça do Victor Hugo”. Ou seja, mesmo sabendo que era mentira, as pessoas investiram nisso, queriam me tirar. Isso, para mim, era uma “trairagem”, uma injustiça. Enquanto eu estava com o coração aberto porque sei que todo mundo erra. Quando eu erro, eu espero que as pessoas me ouçam. Era isso que eu tentava fazer com todos na casa. Eu não queria fazer barraco, não gosto de briga e sempre estava disposto a estar bem com as pessoas. E aí as pessoas entendiam como falsidade, como se eu não estivesse assumindo que tinha brigado. Mas não era isso. Eu acho que se você tem um problema com alguém, isso precisa ser resolvido.
A Gizelly e Manu foram duas pessoas que te acusaram de estar sendo falso. Por que acha que elas chegaram a essa conclusão?
Foi uma armação. O Prior inflamou, a Flay continuou, o Pyong incrementou e eles escolheram a bola da vez. Eu tenho certeza de que não fui falso. Estava sempre aberto à conversa, a falar sobre os erros para poder consertar. E isso foi visto como falsidade, como se eu não tivesse querendo “tretar”.
Você se decepcionou?
Sim, com algumas pessoas. Mas lá é um jogo, todos estão agindo em busca de um objetivo e cada um adota a postura que quer. Acredito que aqui fora é outra coisa e que o jeito dessas pessoas seja diferente. Estou disposto a conhecer melhor cada um.
Acha que ficou em cima do muro, como foi apontado pelos brothers algumas vezes?
Essa foi uma frase que eu ouvi bastante. Eu via dois grupos na casa e, como não me identifiquei com nenhum dos dois, eu resolvi viver o meu jogo sozinho, por mais difícil e arriscado que fosse. Eu tenho consciência de que isso não deu certo, mas eu me senti muito melhor assim do que simplesmente entrando em grupos com os quais eu não concordava com as ações só para prolongar a minha permanência no reality. Eu não estava em cima do muro, estava do meu próprio lado.
Essa já era sua estratégia de jogo antes de entrar no BBB?
Não, foi uma adaptação. Eu sou uma pessoa muito sociável, gosto de conversar com todos nos lugares em que eu chego. Achava que eu seria assim lá também, não achei que teria dificuldade de me integrar. Foi uma grande surpresa. Mas, usando uma referência bíblica, eu preferi “não me contaminar com as finas iguarias do rei” e seguir o meu caminho.
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Que relação havia entre você, Gabi e Guilherme? Era um trisal?
O trisal era uma grande brincadeira. Mas o meu sentimento pelo Guilherme foi verdadeiro. Eu fui muito respeitoso e expliquei para ele sobre como é um relacionamento assexual, para deixar tudo muito claro. Eu sou assexual birromântico e, até então, eu só tinha me apaixonado por mulheres. Na minha vida, ele foi o primeiro homem por quem me interessei de verdade. Foi difícil lidar com isso porque eu nunca tinha vivido algo similar antes, ainda mais nas condições de um reality. Ele era meu amigo, independente do que eu sentia por ele, e eu deixei bem claro para ele que entendia que a nossa relação era apenas uma amizade. Quero que o Guilherme continue sendo meu amigo aqui fora, adorei conhecê-lo.
O que você tem a dizer sobre as “palestrinhas”, como os brothers chamavam alguns momentos em que você tinha algo para falar?
Eu achei esse termo legal porque foi a Gizelly, que era minha amiga, quem deu esse nome. Quando terminou um paredão e eu joguei um fosforozinho que fez a casa toda brigar, ela falou: “Levantou e fez uma palestrinha”. Pensei: “É a minha cara! Causei e gostei!” (risos) Eu não entendi que era pejorativo. Talvez tenha se tornado a partir do momento que a Gizelly passou a não me ver mais como amigo e começou a ser falsa comigo.
Que balanço você faz da sua participação?
Eu estou satisfeito com quem eu fui, mas, se fosse para mudar alguma coisa, talvez eu fosse mais barraqueiro. Acho que eu fui muito pacífico (risos). Tentei muito o caminho do diálogo e me chamaram de planta. Eu pensava que, como todo mundo estava causando, eu pudesse me destacar no caminho contrário, sendo um pouco mais são.
Quem é o Victor Hugo que os confinados não conseguiram enxergar?
É uma pessoa extremamente alegre, animada, para cima, muito amiga e que tem muita vontade de vencer. Pela exclusão e pela dificuldade de relacionamento que eu tive na casa eu não consegui mostrar isso e acabei fazendo com que as pessoas pensassem outra coisa de mim.
Quem você acha que está forte no jogo?
Eu acredito que o Prior.
E quem fica com a sua torcida?
O Prior e a Ivy.
Agora, fora do BBB, quais são os seus planos?
Eu quero muito defender o meu mestrado, falta só marcar a data. E também quero começar a investir no meu plano de conseguir custear um doutorado em Harvard com um projeto sobre assexualidade. Mas, como ainda vai demorar um pouquinho para levantar esse dinheiro, eu vou primeiro me dedicar a uma outra paixão que é a área de roteiros. Eu realmente quero saber como posso participar da oficina de roteiristas da Globo e ir em busca do meu sonho de ser autor de novelas.
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