“Uns dois meses antes de falecer, ele estava feliz, alegre. Aí, a gente viu que ele estava emagrecendo muito”, conta Alan, que percebeu a condição do pai depois de uma visita ao avô.
“Foi mais um mês. Eu e a mãe na batalha. Do nada, a gente já viu que ele estava piorando, ficava se revezando no hospital. Um dia a gente acordou na madrugada e... Eu sempre choro...”, continua, emocionado.
Alan tinha montado uma empresa que vende aromatizantes e outros produtos para carros com o pai. Depois, assumiu sozinho as responsabilidades e a frente da família. “A família ficou bem unida. A gente se apegou bastante um no outro. Eu agradeço por ter conhecido ele. Tudo que eu sei é por causa dele. O que eu sinto hoje não é tristeza, é só saudade mesmo”, afirma, deixando as lágrimas caírem em meio a um sorriso.
Mas a luta não estava encerrada para a família de Alan. Depois de um ano, a mãe, Leninha, teve depressão e precisou da força do filho para superar a doença: “Graças a Deus, estou superando. O Alan é o porto seguro aqui em casa”.
Irmã do brother, Juliana vai ainda mais longe:
“Eu vejo ele como um pai para mim. A gente briga bastante, mas quando precisa ele sempre está do meu lado. Quando a gente perdeu o pai, se não fosse ele, não sei o que seria”.
Se o ascendente faz chorar, o signo de sol faz a juba leonina brilhar. Alan teve apenas um namoro de 3 anos e meio, mas vale o velho – mas REAL – ditado: “solteiro sim, sozinho nunca”.
“Ele é bem mulherengo, mas é de respeitar. Mulher em primeiro lugar”, entrega a mãe.
A irmã também confirma que o naipe de surfista rende bastante nas baladas a que vão juntos: “Muito mulherengo! Ele disse que foi a uma festa e beijou três amigas lá!”. Quer mais? “Quando me envolvo com alguém, a menina fica duas, três semanas em casa às vezes”, diz Alan.
E Leninha nessa história?
“É tudo bem discreto, ele é bem de respeitar. E entrou aqui dentro de casa, é minha filha”. A mais recente, inclusive, foi conquistada à base do famoso xis catarinense (versão local do tradicional hambúrguer). Alan conheceu a moça no Carnaval, convidou para passar uns dias em Santa Catarina e a arrastou para Criciúma, sua cidade natal no interior do estado, com uma proposta: “Vamos conhecer o xis de lá!” E, nessa, a moça passou duas semanas na casa do brother.
Com espaço sobrando nas malas, poucas cuecas, shorts e camisetas lisas, ele está pronto para se despedir quando a irmã faz o raio-x: “Você vai assim?” Alan sorri de volta, dá um beijo na mãe - ainda emocionada - e se despede da irmã para surfar a onda mais difícil da sua vida.
“Reza, pede equilíbrio emocional. Você vai viver momentos tensos”, foram as últimas palavras de Leninha ao ver o filho sair pela porta.
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